Um dia desses eu estava me lembrando daqueles que "ficaram para trás" em nossas vidas. Não, não são aqueles a quem nós trapaceamos, nem os que morreram em determinado momento de nossas vidas. Falo daqueles amigos, parentes, colegas que um dia foram próximos, mas hoje não são, por algum motivo.
Tenho (Tinha?) um amigo muito próximo, que quase entrou para a família. Há uns quatro anos, acredito, ele se mudou para o seu país de origem, os Estados Unidos. Desde lá, nunca mais tinha tido conhecimento dele. Nem telefone, nem e-mail, nem sinal de fumaça. Nada. Daí, um belo dia, fuçando por um site de relacionamentos, achei a peça. Nossa, bateu uma nostalgia absurda que vocês devem saber qual é. Vou citar um exemplo. Imagina você passar cinco, sete, dez anos sem ver aquele(a) amigo(a) da escola, do trabalho, da rua, de onde for. Depois desse tempo, vocês se reencontram. Sensacional. Um dos melhores sentimentos. Então começam a conversar sobre experiências de vividas, lembranças, etc. Dá até vontade de ficar fazendo isso durante muito tempo.
Sempre que amigos meus têm que se mudar para outra cidade ou país (e acreditem, isso acontece muito comigo), sinto um pouco de minha própria vida indo com aquela pessoa. Na verdade, esse é um sentimento bem egoísta, porque eu não me sinto confortável nessa situação, e às vezes não olho que aquilo é bom para a própria pessoa (ou necessário, depende do caso). Mas tento sempre ver o lado bom das coisas. Enfim...
O que acontece conosco é que muitas vezes nos deixamos entristecer por esse sentimento. Na real, é muito triste você ter que ver alguém ir embora de perto de você, especialmente se você tem um relacionamento muito próximo com essa pessoa. Não sou masoquista, mas às vezes fico imaginando como seria se determinada pessoa fosse embora, ou se eu mesmo tivesse que ir embora para outro lugar. Será que sentiriam a minha falta? Será que eu choraria, ou deixaria "passar batido"?
Falando assim parece até criancice, mas vejo um lado muito humano, concernente a todos nós, nesses questionamentos. Somos seres passíveis de tudo, seja tristeza, alegria, fome, raiva, saudade, entre muitas outras coisas. Devemos, sim, nos dar ao luxo de sentir saudade, pois ela nos fortalece. Pelo menos deveria. O "querer estar com a pessoa amada" não é motivo de depressão ou tristeza, mas de esperança e anseio. Se eu quero, devo buscar. Lógico, não irresponsavelmente, mas os sonhos foram feitos para serem conquistados, e não deixados de lado e transformados em uma utopia inalcançável. Não vou discorrer muito sobre sonhos porque esse é um assunto que se sustenta por si só. Ou seja, falo depois. ;)
Voltando aos amigos... Como falei anteriormente, tenho muitos amigos que "ficaram para trás" na minha vida. Tive que deixá-los, pois não tinha como segurá-los a mim, assim como também não podia ir com eles. Um dia, quem sabe, possa visitá-los. O que é bem legal, porque posso vir a conhecer novos lugares. Olha aí, já é o otimismo e a esperança falando! Acomodação é uma coisa muito triste para todos nós. Talvez seja pior do que não querer fazer, pois pelo menos assim vocês estará opinando em algum pensamento. Podemos até ver na Bíblia que a acomodação é algo muito perigoso, lá em Apocalipse 3.16: "Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca". Até Deus é contra a acomodação, àquele que fica em cima do muro, não sabe se vai ou se fica, que prefere estar em um determinado lugar porque é mais seguro. Temos que correr riscos, ser ousados. Porém, para os mais tradicionais e que porventura não estiverem entendendo a essência do texto, devemos fazer isso com cautela. Esse é um aviso que dou pra que depois não tenha ninguém na minha porta dizendo: "Foi o Juninho que me mandou fazer isso. Ele disse que a gente tem que ser assim e assado". Já tive processos suficientes na minha vida pra encarar mais um. =)
Fechando o parêntese anterior e voltando ao assunto mais uma vez, devemos sentir saudade. Não devemos perguntar pra Deus, ou pra quem você quiser perguntar, o porquê disso ter acontecido. Pessoas sempre virão e irão. A pergunta que devemos fazer é como podemos vencer isso, seja indo até aquela pessoa para uma visita, ou esquecendo a pessoa, etc. O que falta é a atitude fazer algo. Muitas vezes consideramos uma pessoa morta, apenas porque ela não mora mais do lado da nossa casa. É até engraçado, mas é verdade.
Bom, queria aqui deixar essas palavras, para que possamos criar esperança e vencer os obstáculos que nós mesmos criamos. Confesso que ao escrever esse texto, até achei ele um pouco sem sentido, mas acredito que ele possa servir pra alguém que, de fato, precisava entender que a saudade não mata, ela apenas fortifica.