terça-feira, dezembro 14

Terror Moderno - Parte 2


Personagens de filmes de terror são um espetáculo à parte. Acho incrível os personagens que têm alguma antologia ou uma história quase infindável. E se depender do cinema e de seus remakes, serão infindáveis mesmo. Mas, continuando a postagem anterior, queria focalizar em três personagens icônicos e que marcaram a minha vida cinematográfica.

Jason Voorhes, Freddy Krueger e Michael Myers são personagens únicos e reconhecíveis do cinema estadunidense e mundial, sendo reconhecidos em qualquer lugar. Possuem características peculiares, personalidades únicas. Até a música que toca antes deles entrarem em cena são memoráveis. Personagens assim fazem e sempre farão história, e até os filmes ruins em que estiverem envolvidos serão lembrados (vide os filmes originais).

Porém, apesar de gostar muito desses personagens, sempre os achei alegóricos demais, cambando o ridículo. Aliás, ridículo esse que é demonstrado de forma escrachada nos filmes dos anos 90 desses personagens (especialmente Jason. Aquele filme do Jason no espaço é além do ridículo. Assista, por favor. Você vai dar ótimas risadas). Mas voltando, na década de 80 e começo de 90, os filmes, como um todo, tinham uma tendência mais surrealista, colorida e até meio idiota, porque não dizer. Recentemente vi "Tron - O Legado" e também fiz a diferença entre o novo e seu antecessor, feito na época de 80 por um roteirista que provavelmente tinha usado algum entorpecente enquanto escrevia o filme. Os filmes eram mais coloridos, porque a época era colorida, com cores neons fortes, que simbolizavam a liberdade da opressão que vinha sendo desfeita desde a década de 50 no mundo. Hoje, porém, a história é outra.

Vivemos em um tempo onde podemos fazer tudo e vemos de tudo acontecendo em cada esquina. Não precisamos mais dessas cores para mostrar nossa liberdade. Podemos fazer isso pela internet ou qualquer outro meio. O que chocava a 30 anos atrás não choca mais hoje, em absoluto. O choque deve ser mais profundo, mais visceral (não necessariamente sanguinolento, mas mais forte, mais cru). E é isso que vejo refletido nesses filmes bestas de terror. A questão é: a temática deles não é mais tão besta. Freddy Krueger matava por vingança, mas enquanto usava algumas de suas vítimas como pebolim humano no passado, no filme atual ele prefere só matar mesmo. Se Jason só tinha renascido só Deus sabe da onde no passado, hoje é um psicopata que ficou traumatizado por uma mãe louca. Se Michael Myers era um garoto que matou a família por por um sentimento incestuoso, no filme atual ele mata porque há toda uma trama psicológica envolvida. As coisas tem que ser mais profundas hoje, senão não despertam interesse.

Pra quem não gosta de filme de terror, não assistam esses filmes. Possivelmente não acrescentarão nada em suas vidas. Mas já pra quem gosta, é uma boa pedida, especialmente "Halloween". É uma ótima viagem sobre a mente insana de um psicopata. Sério mesmo. Alguns psicológos poderiam dar uma olhada nesse filme, pois ele trata com uma precisão desconcertante a mente do assassino.

Enfim, creio que o ser humano evolui, e junto com ele seu gosto por qualquer coisa, seja filme, moda, etc. Sendo assim, creio também que essa mudança nos filmes nada mais é do que uma evolução do ser humano, que prefere assistir a "fantasia real" à "realidade fantasiada".

Por: Reinaldo Juninho

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