O ser humano, em geral, tem uma dificuldade de compreensão ao que é “estranho”. Ele não assimila, pelo menos não inteiramente e tão rápido, o que lhe causa “estranheza”, aquilo que ele não consegue explicar ou entender facilmente.
Porém, esse é um comportamento no mínimo interessante, pois o “estranho” é totalmente relativo. O que me causa “estranheza” pode não ser um grande causador (ou nenhum causador) à outra pessoa, e por aí vai. Por exemplo, as roupas que eu uso não são “estranhas” pra mim, porque senão não as usaria (apenas se eu fosse me fantasiar de algo). Eu uso as roupas que me interessam não de uma forma “estranha”, mas sim de uma forma harmoniosa, e que algumas vezes causa “estranheza” em algumas pessoas, mas em outras não.
De uma certa maneira, sempre seremos “estranhos” aos olhos de alguém. Até o cara de smoking pode ser estranho àquele cara que mora na praia e acha que viver sempre vestido, com camisas de manga longa e com roupas em cima de roupas, é um absurdo e “estranho”. Se procurarmos, sempre voltaremos ao senso comum de que o “estranho” não é algo sistemático, e não existe um livro de regras que determina se a pessoa é “estranha” por isso e por aquilo.
O nosso mundo, hoje, desbancou barreiras de “estranheza”, onde não existem mais pobres, mas sim pessoas que preferem viver com menos do que outros; não existem mais famílias perfeitas, justamente porque não existem famílias perfeitas; não existem mais horários fixos de trabalho, porque eles se tornaram relativos; e por aí vai. Hoje, o “estranho” é não ser “estranho”.
Só que, aproveitando a “moda do estranho”, queria fazer apenas uma ressalva. Não confundam “estranheza” com preconceito, ou qualquer outra coisa relacionada a isso. O preconceito não é uma forma de reação à “estranheza”, e sim apenas uma forma de intolerância quanto à condição ou escolha de algumas pessoas. Intolerância essa que teríamos de ter ao preconceito, diga-se de passagem.
Sendo assim, vivendo em um mundo onde podemos nos abraçar e dizer que de fato amamos os “estranhos”, podemos viver com mais pacificidade uns com os outros, respeitando cada vez mais as suas escolhas, assim como eles respeitarão cada vez mais as nossas, mesmo que cause uma certa “estranheza”.
Existiu um cara, há muito tempo atrás, que sentiu na pele esse preconceito pela Sua condição e escolha, que causaram “estranheza” em quem não deveria ter causado “estranheza”, e acabou acarretando em uma intolerância desenfreada perante a sociedade. Ele não era “estranho” aos meus olhos, mas aos olhos de muitos Ele se tornou um grande “estranho”.
Jesus veio ao mundo com a condição de ser Deus e homem ao mesmo tempo, e escolheu viver dessa forma para poder entregar o que de melhor Ele tinha (tem), que foi (é) a Sua vida. “Estranho” isso, não?! Para os que não saibam, Ele causou “estranheza” sim, mas não porque usava roupas diferentes, ou porque o seu corte de cabelo era avançado pra Sua época, ou porque Suas companhias eram as mais descoladas, ou porque tinha (ou não) bens e posses. Jesus causou “estranheza” porque Ele era diferente de tudo. De fato, em qualquer época que Ele aparecesse, Ele causaria um sentimento “estranho” nas pessoas, até porque esse sentimento de “estranheza” é inerente do ser humano. Mas algo extraordinário aconteceu, pois muitas pessoas entenderam que o “estranho” que havia n’Ele era relativo.
O relativismo é algo muito interessante, pois ele é, justamente, relativo. Enquanto que muitos acusaram Jesus de muitas coisas (de louco a demônio), e preferiram encarar a “estranheza” de Jesus como algo “estranho”, outros encararam a “estranheza” de Jesus como a resposta que eles tanto procuraram durante muito tempo, ao passo que faziam “estranhezas” para poderem estar perto de Jesus. Podemos até entender a “estranheza” de Jesus como “loucura”, pois o que Ele veio fazer no mundo foi, de fato, “louco”. E mais “louco” ainda são aqueles que acham essa “loucura” sã. A própria Bíblia diz isso. Em I Coríntios 1:21, o apóstolo fala que “visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que creem por meio da loucura da pregação”, e em I Coríntios 2:14, onde diz que “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não é capaz de entende-las, porque elas são discernidas espiritualmente”.
Muitos falam que os cristãos são os maiores pregadores de intolerância na face da terra. Falam até que os cristãos, escolha de vida essa a qual me englobo, vivem uma tolerância hipócrita, onde fazem justamente o oposto do que pregam. Se pregam amor, agem com indiferença e ódio; se pregam abstinência, não se abstém; se ajudam, o fazem com segundas, terceiras, quartas, quintas, sextas, sétimas intenções; se amam, não o fazem com sinceridade, pois são bajuladores.
O problema é que os intolerantes não são os cristãos (nós), mas sim eles mesmos, que estão préconceituando a nossa “estranheza”. Escolhas são feitas diariamente, e temos que respeitá-las, mas jamais devemos nos esconder atrás de falsas opiniões e falsa aceitação. Se eu não gosto, eu falo que eu não gosto. Isso não é “estranho”, é apenas verdade. Claro e evidente que nem todo mundo é todo mundo, e sempre um ou outro vai acabar se exaltando e fazendo o que é errado, e mesmo para esses devemos opinar sobre a intolerância deles, pois não agiram com respeito em relação à “estranheza” de outrem.
Se nos respeitássemos mais, se nos entendêssemos mais, se nos “estranhássemos” menos, o mundo seria diferente. Sem brincadeira e falso moralismo. O mundo seria totalmente diferente. Já pensou o quanto Hitler seria benéfico ao mundo se ele entendesse que todos somos “estranhos”? Se ele entendesse que o que ele achava “estranho” na verdade não o era, era apenas relativo?
Não pensem que sou ingênuo o suficiente pra deflagrar um discurso sobre “estranheza” e pensar que todos estamos corretos em fazer o que fazemos. “Estranho” não é sinônimo de erro. Muito pelo contrário. O erro é decorrente da intolerância contra algo, que ultimamente, por muitas vezes, tem sido a nós mesmos.
Ser "estranho" é muito mais do que usar algo que ninguém usa ou faz. Ser "estranho" é abraçar as diferenças que existem dentro de você mesmo e fazer bom uso delas. Num âmbito espiritual, é você pegá-las e entregá-las a Deus, como uma forma de incentivo à "loucura" do Evangelho de Cristo. É você encontrar paz não em prazeres, momentos, pessoas, atitudes ou coisas, mas sim na "estranheza" de deixar uma pessoa, Jesus, que viveu a muito tempo atrás, preencher o erro e a intolerância que existem dentro de você (e porque não, de nós) por um sentimento "estranho". Que, de fato, não é "estranho", porque isso é relativo.
Por: Reinaldo Juninho
Cara... pode crer!
ResponderExcluirFalam tanto que nos temos preconceito, na verdade tentamos alertar sobre oq agrada a Deus, mas nunca machucariamos alguem por qualquer tipo de escolha, até se ele quiser ir p inferno oq eu posso fazer, so alertar.. mas nos não batemos em ninguem, nem tacamos fogo, como tem acontecido com os homossexuais... apenas falamos oq a biblia diz, mas aposto q mto de nos tem algum amigo homo e nem por isso acaba a amizade!
eu mesma tive uma amiga e pelo incrivel q pode parecer, ela q se afastou de mim..
e é assim diariamente, as pessoas tentam se afastar da gente pq nao curtimos balada ou outras coisas, então nós q temos preconceito?
até destaco aqui o exemplo da MTV q vive passando propaganda dizendo q eles sao contra qualquer tipo de preconceito.. será mesmo??? o ultimo clip do catedral nem pode ser transmitido na MTV pq tinha "mto teor religioso" imagina.. catedral q nem é mais evangelico..
ninguem vai ser aceito 100%, desde decadas os evangelicos sao alvo de preconceito e nem por isso nos sentimos excluidos da sociedade e num sei oq, sabe??? todas a pessoas, crentes, homossexuais, indigenas, budistas, catolicos, etc. vai "sofrer" preconceito pq sempre vai ter um grupo q nao bate com a ideia.. queria q todos entendessem isso e parassem com tanta frescura! pronto falei! hehehehehhe
só corrigindo o erro de concordancia é "vão sofrer" x)
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